30 de mai. de 2008

QUASE ACREDITEI


Quase acreditei em ti
quando disseste que me amavas.
Mas um cego olhou para mim e riu-se
e eu envergonhado,
olhei para ti
e recuperei a visão.

Olhei e não vi
as palavras
que caíram no chão,
quebradas por ouvidos moucos
e pouco sinceros.
Ouvi algumas vogais
estridentes, chorar.
Senti algumas letras
tocarem de raspão
o meu corpo sofrido.
Saboreei o sal
da agua que corria
pela minha face.
Inalei o teu odor
trazido pelo vento
enquanto te afastavas.

Antes de perder os sentidos
ouvi um sussurro
vindo do chão quente
transportado por um bafo cálido
e olhei para baixo
e vi-te a arder no inferno.

Atit Ordep (Ferino num dasatino)

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