1 de mar. de 2009

NIM


sim, eu sei
que existes no fundo de um baú
cheio de memórias
de amor e ódio
acomodada entre umas meias
sem uso
e um folheto de férias no Brasil
nas lembranças de Londres
no desespero de Lisboa
na fome em África
e na marginal de Cascais
na chacina das almas perdidas em Sintra
nas mentiras que atravessam o Tejo
e num carro branco abandonado em Estremoz
sim, eu sei que existes
mas, eu não existo mais

Atit Ordep

Foto de KafkaProject

Um comentário:

Aqui - Ali - Acolá disse...

Mas que Bálsamo tão delicioso tem este poema.
Um cheiro ás realidades que a vida tem e tantas vezes nos dá.
Pensando bem no conteúdo deste poema,
sente-se que a realidade que ele transmite, está aqui!..

Bjos boa semana..