10 de jun. de 2011
O FIM
Num passe de magia tudo terminou, as palpitações, as ansiedades, as angustias, o nervoso miudinho, desapareceram. De repente, num abrir e fechar de olhos, não estavas mais no pedestal onde te tinha colocado, nunca soube explicar isso. Lá estava de novo D. Afonso Henriques, o fundador da nação, apoiado na sua espada, tinhas sido destronada por um rei morto. Os meus olhos não te imaginavam mais, não te despiam de preconceitos nem te cobiçavam, fugiam de ti, mas não por medo, sim por repulsa. A vontade de beber na fonte da vida tinha findado. As memórias dos teus dias iam definhando apesar das sucessivas tentativas de reanimação. Os teus beijos deixaram de ter sabor a mel para passarem à categoria de tóxicos. O anseio de fazer o futuro deu lugar ao velório do presente e ao enterro do passado. Agora olho para ti, para o fundo dos teus olhos e não encontro alma nesse corpo, apenas vermes que digerem uma alma putrefacta. E assim sem saber explicar, ou mesmo entender, partiste da minha vida, mesmo contra a minha vontade. E eu deixei.
Atit Ordep
Post-scriptum – Na vida nada se perde, tudo se transforma.
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