4 de jul. de 2007

FAÇO DE CONTA QUE CHORO


faço a gestão do silêncio
nas ruas desertas por onde caminho
sem sombra de pecado ou ilusão
apenas os passos são mais abafados
e a lua esmorece ao nascer
no início de cada noite

faço a purificação pelo fogo
dos pensamentos indecentes
inutilmente guardados durante anos
no sótão de uma casa em ruínas
já não sei o caminho de casa
perdi-me de mim na noite

faço de conta que choro
para me sentir ainda humano
mas já nada me importa
quando a vida anda foragida
acusada de ser esquecida
no dia em que me foi oferecida

Atit Ordep (Ferino Citrino)

Foto de SCX

2 comentários:

Anônimo disse...

Depois te dou o endereço dela....

Avid disse...

Alucinante... Esse e o verdadeiro sabor da vida. Ser humano... sou quando posso, quando quero... Tem vezes que tambem finjo que choro, para acreditar...
Bjs meus