31 de ago. de 2007

ESGAÇADA ALMA


frio aperta
minha esgaçada alma
consumidor de ilusões
não sinto mais vontade de acreditar
em fantasmas de vidas futuras
agora todas as palavras
são desprovidas de sentido
toda a saudade
é uma alusão irónica
ao crime do perjúrio
todas as palavras são rasgadas
com raiva na noite das demissões
os choros não emocionam mais
os ódios são pólvora seca
apenas um barulho
da rebentação da alma condenada
se faz notar
o frio aperta
cruzo os braços
inclino a cabeça para a frente
humilde
espero ser decepado
sozinho
nesta noite fria
sem ti

Atit Ordep

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