10 de ago. de 2008

SONETO DO DESALENTO


eu não sei mais o que posso dizer
quando me olho bem no espelho
contemplo um rosto gasto, a sofrer
esmorecido, melindrado e velho

falo com alguém que bem conheço
está lá do outro lado da minha vida
é pessoa que não merece muito apreço
vive nos meus erros de forma repetida

como se aquela triste personagem
não vivesse em cruel sofrimento
presa no sufoco de uma miragem

uma vida tomada assim por inteiro
pelo sofrimento e pela engrenagem
de um amor tolo que foi o primeiro

Atit Ordep

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