2 de jul. de 2008

O DIÁRIO NEGRO


É que estou me sentindo morta
E o que está vivo já não quer mexer
O que levanta são apenas pálpebras
Mas a verdade é que não posso ver

Gosto do incerto mas estou errada
Tenho medo de me encontrar
É bom sair as vezes do limite
Para ouvir, entender, gritar

Estou com medo de comprar as rimas?
Alguns criticam, tiram sarro, correm
Para contar que estou verde ainda
Versos quebrados, quero, logo morrem

É que estou me sentindo morta
Versos soltos são um burburinho
Essas palavras sem cor ou domínio
Vão seguindo sem ver o caminho

Ferinos sabem do diário negro
Onde escrevem o reflexo d'alma
Abrem o peito e discorrem tudo
Acham no verso o risco da palma

Ferinos sabem...

(Ferina * Karolina B)

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