21 de fev. de 2010
UM DIA DE CHUVA
um dia de chuva
encharca os corações
disfarçados de maus fígados
e os olhares molhados de culpa
são açoitados pelo vento
um dia de chuva
a vida passada
nunca fez sentido
o frio e o desconforto
habitam dentro dos culpados
do costume
um dia de chuva
não é mais um dia
quando nas tuas costas
passa por ti o passado
vestido de futuro
não é mais um dia
é um dia clonado
um espasmo de dor
um avesso da realidade
agora que é noite
chove na mesma
e os abraços solitários
perfilam-se no escuro
as ideias morrem presas
na fatalidade do destino
ou atoladas num lamaçal
de vidas incompletas
num dia de chuva
enquanto eu chorava
passaste por mim devagar
mas ficaste sem saber de onde vinha tanta água
Atit Ordep
Foto José de Almeida (olhares.com)
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Um comentário:
esta poesia è di una concretezza incredibile...vola e precipita...come la vita.
Complimenti molti. ciao
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